A psoríase é uma doença infamatória crônica da pele que é difícil de tratar, tanto por seu caráter recorrente, como pela complexidade dos mecanismos etiopatogênicos que intervêm, como expõem Jorge Ulnik e cols. em seu artigo publicado no Anuário de Investigaciones.
Numerosos estudos afirmam que a psoríase afeta a qualidade de vida dos pacientes.
A equipe explica em vários estudos que doença afeta a vida cotidiana, tanto nas relações sociais, de trabalho e também a vida sexual. Do mesmo modo, afirma que o tema sexual é muito complexo em qualquer patologia tanto psicológica como somática, mas nas doenças da pele – e na psoríase em particular – tem especial relevância.
Os autores explicam que as lesões podem ser desfigurantes, afetando a autoestima dos pacientes, podem ter localização genital, gerando dor e/ou coceira e podem ser desagradáveis à vista, gerando rejeição e até repugnância tanto no próprio paciente como em seu companheiro/a.
O Journal of the American Academy of Dermatology publicou um estudo no qual estudiosos se propuseram investigar as impactos psico sexuais em pacientes com psoríase em área genital . Caitriona Ryan e cols., quiseram verificar os fatores relacionados com a aparição de psoríase genital e seu impacto na qualidade de vida e no funcionamento sexual.
Para isso levaram adiante um estudo multicêntrico de observação de 354 pacientes com psoríase. Destes, 144 (38%) tinham afecção genital atual enquanto que 224 (63%) tinham um antecedente de afecção genital atual ou prévia. Dos pacientes estudados: 87% informaram prurido, 39% dor, 42% dispareunia, 32% uma piora de sua psoríase genital depois do coito e 43% uma diminuição da frequência das relações sexuais.
A idade mais jovem ao início da psoríase, o gênero sexual masculino, a doença mais grave e a afecção do couro cabeludo, das flexuras e das unhas se relacionaram com a apresentação de lesões genitais.
Por outra parte, não houve nenhuma relação com a circuncisão ou a obesidade. Os pacientes com psoríase genital tiveram mais alterações na qualidade de vida e saúde sexual conforme se determinou pelo Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (p < 0,0001), a escala de depressão do Centro para Estudos Epidemiológicos (p = 0,01) e a Escala de Relação e Sexualidade (p < 0,0001). A equipe explica que este foi um estudo descritivo de dois centros de referência de terceiro nível em que os pacientes tiveram mais probabilidades de apresentar psoríase mais grave, concluindo que sua pesquisa ressalta a alta prevalência de psoríase genital e seu grande impacto na qualidade de vida e na saúde sexual.
Fonte: medcenter.com.br